A borracha EPDM é muito conhecida por suas características técnicas e sua resistência a ácidos diluídos. Confira todos os detalhes aqui!
A borracha EPDM já faz parte da indústria desde a década de 1960, quando começou a ganhar espaço e também a ser usada para diferentes finalidades. Neste conteúdo, iremos entender mais sobre sua composição química e significado da sigla, suas características técnicas, suas principais aplicações e destinação e também sobre suas propriedades de vulcanização.
Confira nossos lençóis de borracha EPDM:
O que é EPDM?
EPDM é a sigla em inglês para ethylene propylene diene methylene rubber (borracha etileno-propileno-dieno). Este nome complicado se deve a sua composição química. Atualmente, o termo “borracha EPDM” já é bastante difundido pela indústria e é possível encontrar mantas feitas com este composto facilmente.
A combinação etileno-propileno-dieno é o que gera as propriedades da borracha EPDM, como poderemos ver ainda neste artigo.
Características do EPDM:
A borracha EPDM possui muitas características interessantes. Como poderemos ver nos pontos levantados abaixo, chama a atenção sua boa resistência a extremos de temperatura. Além disso, um de seus principais trunfos é a resistência ao ozônio, elemento que nem todos os outros tipos de borracha conseguem recriar.
Um ponto que devemos estar atentos em relação à borracha EPDM é na hora da compra. Vendedores sem procedência podem entregar tipos de borracha mais baratos ao consumidor desavisado. Portanto, antes de fechar a compra desta borracha, garanta que seu fornecedor é capaz de informar as características da borracha e comprovar por meio de destes de laboratório. No mínimo, o estabelecimento deve ter um time de vendas capaz de aferir e comprovar a procedência do EPDM.
Abaixo, temos as principais características/propriedades da borracha EPDM:
- Propriedades: Poli, Etileno, Propileno, Dienio
- Resistente ao ozônio e ácidos diluídos
- Não indicado para uso em contato combustíveis derivados do petróleo e GLP
- Dureza Shore A: 30 a 90
- Temperatura de trabalho: -60°C a 130°C
- Resistência a ácidos diluídos: excelente
- Resistência a ácidos concentrados: boa
- Outras resistências: óleo vegetal, absorção de água, oxidação, pouco envelhecimento diante do calor, baixas temperaturas
Aplicações da borracha EPDM:
Assim como a borracha nitrílica, o EPDM também é muito usado pela indústria automotiva. Ele é amplamente utilizado para a fabricação de tubos, cablagens, mangueiras para radiadores, perfis para vedação de vidros e de portas. Sim, aquela borracha que amortece o impacto no fechamento das portas de seu carro é EPDM!
A popularidade da borracha EPDM nesse segmento ocorre por dois principais motivos: sua resistência aos ácidos diluídos e também sua dureza Shore, que serve perfeitamente às necessidades das montadoras.
Também podemos ver o EPDM ser aplicado às membranas de borracha para telhados, distribuição de água potável (quente e/ou fria), paredes laterais de pneus, vedantes diversos, cabos, “dock fenders”, correias transportadoras, coberturas de rolos e isoladores.
A vulcanização da borracha EPDM:
Conforme visto em outros tipos de borracha, o EPDM também pode passar por processo de vulcanização. Dessa forma, o produto final ganha características que a parte original não tinha. Entretanto, é necessário lembrar que o processo de vulcanização pode diminuir o desempenho em pontos fortes do EPDM original, como resistência ao envelhecimento e diminuição da faixa de temperatura suportada. Um dos exemplos comuns de vulcanização é misturar o EPDM à borracha NBR, conforme estudo neste link. “A mistura NBR/EPDM apresenta diferentes velocidades de cura, o que resulta na vulcanização heterogênea das fases, isto é, a fase NBR encontra-se em grande parte reticulada enquanto que a fase EPDM encontra-se pouco reticulada ou não-reticulada em casos extremos, prejudicando as propriedades finais da mistura.
Este trabalho avalia os efeitos de diferentes sistemas de vulcanização à base de enxofre no processo de cura, na dureza, na resistência à tração, ao rasgamento e ao envelhecimento da mistura NBR/EPDM. Foram estudados os sistemas S/MBTS, S/TMTD e S/MBTS/TMTD variando-se a quantidade de enxofre em 0,3 e 1,0 phr.
O processo de cura é influenciado pelo tipo de acelerador (MBTS, TMTD e a combinação destes) e pela quantidade de enxofre (0,3 e 1,0 phr) presente nas formulações. Esta influência é percebida na resistência à pré-cura e na velocidade de cura da mistura NBR/EPDM. A reticulação da fase EPDM também varia com o sistema de vulcanização empregado e influi diretamente nas propriedades mecânicas e na resistência ao envelhecimento”, resume o autor no início do material.
Respondendo às dúvidas gerais:
EPDM é atóxico?
As peças fabricadas a partir de EPDM podem ser consideradas atóxicas. É muito comum, por exemplo, que a manta EPDM seja usada em lagos ornamentais. Nestes casos, a borracha não oferece nenhum risco para os peixes e plantas ali presentes.
O EPDM em lagos requer apenas alguns pontos de atenção, exigindo algumas manutenções periódicas. A borracha é usada em lagos para efeitos de impermeabilização. Portanto, ao notar falhas nessa funcionalidade, a troca do EPDM no lago ornamental é necessária.
Quais são as principais características do EPDM?
O EPDM é conhecido por sua resistência ao envelhecimento e às intempéries, o que inclui a exposição prolongada a raios UV, ozônio e oxidação. Além disso, suporta temperaturas extremas que variam de -40°C a 150°C, mantendo suas propriedades mecânicas. A borracha EPDM também possui excelente elasticidade, alta resistência ao impacto e boa estabilidade dimensional. Essas características fazem do EPDM um material versátil e confiável para aplicações externas e industriais.
Para quais aplicações o EPDM é recomendado?
O EPDM é amplamente utilizado em várias indústrias devido às suas propriedades superiores. Em construção civil, é usado em membranas de telhado e sistemas de impermeabilização. Na indústria automotiva, é empregado em vedações, mangueiras de radiador e tiras de vedação de portas e janelas. Em sistemas de água, é utilizado em juntas de expansão e gaxetas de encanamento. O EPDM também é comum em aplicações elétricas para isolamento de fios e cabos, bem como em revestimentos de piscinas e lagos artificiais devido à sua resistência à água e produtos químicos.
Quais são as vantagens do EPDM em comparação com outros materiais?
Em comparação com outros elastômeros, o EPDM oferece vantagens significativas, como maior resistência a intempéries e ozônio, que é superior ao da borracha natural e do neoprene. O EPDM também mantém sua flexibilidade em temperaturas extremas, ao contrário de muitos outros elastômeros que podem tornar-se quebradiços ou perder elasticidade. Além disso, o EPDM apresenta boa resistência química a ácidos diluídos e soluções alcalinas, o que o torna ideal para aplicações industriais. Sua longevidade e necessidade reduzida de manutenção são outras vantagens que se destacam.
Quais são as limitações do EPDM?
Apesar de suas muitas vantagens, o EPDM possui algumas limitações. A principal delas é a sua resistência limitada a óleos, combustíveis e solventes hidrocarbonetos, o que o torna inadequado para aplicações em contato constante com esses produtos. Além disso, a resistência do EPDM a produtos químicos específicos, como solventes clorados e hidrocarbonetos aromáticos, é baixa. Em aplicações onde o contato com esses agentes é inevitável, materiais alternativos como Viton ou NBR (nitrila) podem ser mais adequados.
O EPDM é um material sustentável?
O EPDM é considerado um material sustentável por várias razões. Sua longa vida útil, que pode chegar a 50 anos, reduz a necessidade de substituições frequentes, minimizando o desperdício. Além disso, o EPDM é reciclável, podendo ser reaproveitado na fabricação de novas membranas ou outros produtos de borracha. A baixa manutenção necessária também contribui para a sustentabilidade, pois reduz o consumo de recursos ao longo do tempo. Adicionalmente, a fabricação do EPDM pode ser feita de forma a minimizar impactos ambientais, utilizando práticas de produção mais verdes.
Quais são os métodos de instalação do EPDM?
A instalação do EPDM pode ser feita por diversos métodos, dependendo da aplicação. A colagem é um método comum, onde o EPDM é aderido a superfícies com adesivos especiais, proporcionando uma fixação segura e duradoura. A soldagem a quente é utilizada para criar juntas impermeáveis em sistemas de telhados e impermeabilizações, usando calor para fundir as membranas. A fixação mecânica envolve o uso de fixadores, como parafusos ou anéis, para segurar o EPDM no lugar, sendo ideal para grandes áreas ou condições onde a colagem não é viável. Cada método tem suas próprias vantagens e é escolhido com base nas necessidades específicas da instalação.
Quais são as normas regulamentares para o uso do EPDM?
O uso do EPDM é regido por diversas normas e padrões para garantir a qualidade e a segurança do material em diferentes aplicações. A ASTM D4637 especifica os requisitos para membranas de telhado de EPDM, incluindo propriedades físicas e métodos de teste. A ASTM D1418 classifica os tipos de borracha, incluindo o EPDM, e define suas composições. Normas como a EN 13956 (Europa) e a ISO 4637 (internacional) também estabelecem critérios para desempenho e aplicação do EPDM em impermeabilizações e coberturas. O cumprimento dessas normas garante que o EPDM atenda a padrões de qualidade e desempenho reconhecidos internacionalmente.
Quais são os cuidados necessários na manutenção do EPDM?
A manutenção do EPDM é relativamente simples, mas crucial para garantir sua longevidade e desempenho. Inspeções regulares devem ser realizadas para identificar e reparar danos, como furos ou rasgos, que possam comprometer a integridade do material. Limpezas periódicas ajudam a remover detritos, sujeira e outros contaminantes que possam acumular-se na superfície. Reparos imediatos são necessários em caso de danos, utilizando adesivos ou patches específicos para EPDM. Além disso, é importante evitar o contato prolongado com solventes e produtos químicos agressivos, que podem degradar o material.
Qual é a vida útil do EPDM?
A vida útil do EPDM pode variar significativamente dependendo das condições de uso e manutenção. Em aplicações de telhados, o EPDM geralmente dura de 25 a 30 anos, mas pode alcançar até 50 anos em condições ideais e com manutenção adequada. Fatores como exposição a intempéries, intensidade dos raios UV, e frequência de manutenção influenciam diretamente a durabilidade do material. A longevidade do EPDM é uma das principais razões para sua popularidade em aplicações de longo prazo.
Quais são os diferentes tipos de EPDM disponíveis no mercado?
Existem várias formulações de EPDM disponíveis no mercado, cada uma adaptada para diferentes necessidades. O EPDM peroxidado é curado com peróxidos, oferecendo maior resistência térmica e estabilidade química, ideal para aplicações industriais. O EPDM sulfurado, curado com enxofre, proporciona melhor flexibilidade e elasticidade, sendo comum em aplicações automotivas e de vedação. Além disso, o EPDM pode ser modificado com aditivos para melhorar características específicas, como resistência ao fogo, propriedades elétricas ou compatibilidade com outros materiais. A escolha do tipo de EPDM depende das exigências específicas da aplicação e das condições de uso.